Um dos melhores cenários no atual momento do mercado de trabalho é na área da Tecnologia da Informação (TI). Com um leque abrangente de funções, os profissionais estão sendo tão assediados pelas empresas que estão em um patamar bem diferente em relação às demais profissões.
De acordo com pesquisa da FEEx – FIA Employee Experience, os colaboradores do segmento recebem 84% mais convites para participar de processo seletivo em outra organização. Ou seja, estão sempre sendo almejados, o que influencia na valorização.
O que influencia na mudança de empregos
A pesquisa revela que os principais motivos de entrada dos profissionais de TI nas empresas são identificação com a proposta de atividades do cargo (+73% acima da média do mercado), oportunidades de aprendizado (+56% acima da média do mercado) e alinhamento com os valores da empresa (+44% acima da média do mercado).
Ainda quando o assunto é motivação, o estudo aponta que os motivos de permanência na empresa são, principalmente, por três fatores: oportunidades de aprendizado, flexibilidade no trabalho e crescimento profissional.
Neste quesito, o que mais chama a atenção é a porcentagem quando se leva em consideração outros segmentos profissionais. São 48%, 33% e 12% acima da média do mercado, respectivamente.
Remunerações atrativas
Outro ponto que faz diferença no setor de TI é a alta remuneração. Ela existe justamente por conta da falta de profissionais qualificados.
Somente no Brasil, a previsão é da abertura de pelo menos 400 mil vagas até 2024, mas faltam pessoas que estejam preparadas para assumir tais funções, principalmente em front-end, back-end, desenvolvimento de software, gestão de TI, desenvolvimento de aplicativos, engenharia de software, entre outras.
Setor altamente aquecido
Somente nos seis primeiros meses de 2021, as empresas do ramo movimentaram R$ 221 bilhões em fusões e aquisições. Atualmente, o segmento de tecnologia já representa 4,5% do PIB brasileiro.
Sobre a remuneração do setor, ela fica 58% acima da média do mercado, com uma média de R$ 8 mil mensal, chegando a R$ 25 mil para funções de gerência.
Outros fatores de realização profissional no setor são ser um especialista (+64% acima da média do mercado) e ter autonomia e liberdade para criar e inovar (+25% acima da média do mercado).
Além disso, a pesquisa identificou que os profissionais que trabalham na área de tecnologia têm mais confiança nos próprios colegas de trabalho (+7,0% acima da média), sentem que as pessoas estão sempre dispostas a ajudar umas às outras (+5,4%), e entendem que os outros dividem com eles o que sabem (+3,7%).
A pesquisa ainda levantou as razões do colaborador do setor de tecnologia pedir demissão de uma empresa: essencialmente, seria por pouca possibilidade de desenvolvimento e de aprendizados, além da falta de desafios constantes – ambos também numa proporção bem acima dos padrões gerais das pessoas.
A edição 2021 da Pesquisa FEEx contou com 290 empresas e mais de 180 mil funcionários. Dessas, 33 são empresas de tecnologia, sendo 5.577 funcionários que validaram sua participação.
Presença de mulheres em tecnologia ainda é pequena
Mesmo com todas as vantagens no setor de TI, a presença de mulheres ainda é pequena no segmento. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente 20% dos profissionais que atuam na área de TI são mulheres.
A porcentagem foi confirmada pelo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita com mais de 580 mil profissionais de TI que atuam no Brasil e no mundo.
Em 2019, a gigante Google também revelou que apenas 30% do seu quadro de funcionários era formado por mulheres. Portanto, há muito o que se avançar no setor.
Texto de Lauro Lam, originalmente postado no site Olhar Digital. Para acessar clique aqui
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